Case de Sucesso: o Lean em uma fábrica do segmento metalúrgico

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Contextualização

Presente no Brasil há mais de 20 anos, uma empresa metalúrgica consolidada e reconhecida no mercado nacional e internacional por produzir componentes para diferenciais, instigada em assegurar a excelência operacional de seus processos de usinagem, identificou a necessidade de implementar e desenvolver a cultura Lean em seu ambiente fabril.

Diante desta situação, a consultoria Nortegubisian foi selecionada para desenvolver o modelo padrão para a implementação da cultura e práticas Lean na empresa. O modelo foi desenvolvido na célula piloto de fabricação de semieixos, abrangendo desde a saída da forjaria até entrada na expedição.

Detentora de ampla expertise em projetos deste caráter, a Nortegubisian aplicou conceitos de Lean Manufacturing para mapear os processos, medir o desempenho destes e enxergar oportunidades de melhoria. Além disso, objetivou-se organizar o espaço de trabalho, padronizar e melhorar processos, elaborar procedimentos, instruções de trabalho e definir responsabilidades.

Com a finalidade de garantir sustentabilidade e aderência dos colaboradores à cultura implementada, criou-se um modelo de governança, a partir da implementação da gestão diária, para melhorar a solução de problemas e agir de forma assertiva no menor tempo possível.

Todas essas mudanças e adequações foram executadas em paralelo ao contínuo treinamento dos envolvidos, munidos de frequente acompanhamento e suporte da Nortegubisian para assegurar adesão e perenidade das boas práticas implementadas.

Desenvolvimento do projeto

O trabalho foi executado, essencialmente, em cinco planos de atividades:

  1. Mapear, medir e enxergar;
  2. Organizar, padronizar e melhorar;
  3. Procedimentar e responsabilizar;
  4. Criar gestão diária e pertencimento;
  5. Acompanhar e suportar.

O desenvolvimento de cada plano mencionado acima será abordado nos tópicos seguintes.

1. Mapear, medir e enxergar

Esta etapa inicial consistiu em identificar os processos, entender os papéis e responsabilidades dos colaboradores, conhecer a performance atual de cada processo e avaliar as dificuldades observadas. Para este plano, a aplicação de algumas ferramentas Lean foram fundamentais, destacando-se o fluxograma VSM, o Estudo de Tempos e Métodos (ETM) e o Diagrama de Yamazumi.

O fluxograma VSM é recomendado para estabelecer quais as etapas chave do processo e qual a quantidade de WIP entre estas etapas. Além disso, nos permite mapear as interfaces entre os processos, incluindo fornecedores e clientes, sejam eles internos ou externos. A Figura 1 apresenta o VSM da situação inicial mapeada.

Figura 1 – Fluxograma VSM referente à situação inicial.

O ETM foi realizado para cada etapa presente no VSM. Conforme cada processo era mensurado, realizava-se uma análise crítica acerca de suas características gerais e pontuavam-se motivos que poderiam afetar a produtividade daquela posição de trabalho. Tais pontuações são essenciais para identificação de oportunidades de melhoria (Kaizens) e elaboração do VSM de situação futura.

Com os dados obtidos a partir do ETM, construiu-se o Diagrama de Yamazumi da condição inicial e checou-se sua assertividade quando comparado ao Takt Time (TT). Para construção do TT, considerou-se diferentes demandas mensais de peças em cada etapa. A Figura 2 apresenta o Diagrama de Yamazumi elaborado para a situação inicial.

Figura 2 – Diagrama de Yamazumi referente a situação inicial.

O Diagrama de Yamazumi nos permite enxergar quais operações dentro de um processo agregam valor ou não, além de fazer uma correspondência entre quais operações necessitamos reduzir tempo de ciclo a fim de atingirmos nossa demanda de produção. Através da etapa de mapeamento foram identificadas 11 macro oportunidades de melhoria.

2. Organizar, padronizar e melhorar

Os objetivos desta etapa são criar padrões de limpeza e ordenação do espaço de trabalho através de iniciativas 5S, melhorar a performance do processo por meio do desenvolvimento de melhorias (Kaizens) e ter maior controle, qualidade, produtividade e eficiência operacional, obtidas por meio da estruturação e execução de planos de ação para as oportunidades priorizadas.

Portanto, o passo inicial foi a elaboração de um plano de ação no formato A3 e estruturação do VSM de situação alvo com as devidas oportunidades de melhoria identificadas, conforme apresentado na Figura 3.

Figura 3 – Fluxograma VSM referente à situação alvo.

Os próximos passos desta etapa envolveram execução de Kaizens com focos em redução de tempos de ciclo e deslocamentos, aumento de produtividade, ergonomia e organização do espaço de trabalho (evento 5S) e sequenciamento de produção.

Também vale ressaltar outras duas frentes de trabalho que apresentaram resultados significativos: implementação de reunião semanal para análise de causa raiz relacionada a paradas não-programadas que impactaram a semana – responsável por redução de mais de 180 horas de paradas não-programadas obtidas através da execução de planos de ação dedicados – e elaboração de plano de manutenção autônoma, ferramenta inicial empregada em programas de Manutenção Produtiva Total (TPM).

3. Procedimentar e responsabilizar

Garantir que os processos ocorram da mesma maneira e com previsibilidade é parcela essencial de todo projeto de melhoria, pois mantém o conhecimento gerado pela empresa, reduz riscos e erros na realização de atividades, fornece clareza, controle e rastreabilidade às operações, além de melhorar a comunicação entre as áreas e prover conhecimento técnico.

Portanto, ao longo da execução dos trabalhos, foram criados procedimentos e instruções padrão de trabalho, com o intuito de capacitar os colaboradores envolvidos no projeto.

4. Criar gestão diária e pertencimento

A cultura da melhoria contínua deve ser exercitada diariamente por todos os membros do time, seja através da interpretação objetiva de indicadores, responsividade, proposição de ações corretivas e de melhoria e acompanhamento de compromissos para garantia da constância de resultados. Estas ações estimulam o senso de pertencimento das pessoas e são compiladas através de quadros de gestão à vista, logo, esta etapa é um pilar para a sustentabilidade das melhorias implementadas.

Os quadros de gestão à vista devem permitir que todos entendam, de forma clara e objetiva, a situação atual da área de interesse, ou seja, nos permite identificar se “estamos ganhando ou perdendo” e despertam gatilhos para solução ágil de problemas.

Dessa forma, em conjunto com a criação de reuniões padrão e cadeias de ajuda, foi possível sustentar o gerenciamento das melhorias implementadas. A Figura 4 apresenta o quadro de gestão à vista implementado em área central da célula de semieixos.

Figura 4 – Quadro de gestão à vista.

Além do quadro de gestão à vista, foram criados apontamentos de produção hora-a-hora, os quais confrontam a meta estabelecida e a produção realizada. Mais importante do que apontar a produção é identificar os motivos pelos quais a meta estabelecida não é atingida. Assim, fez-se uso dos Gráficos de Pareto para atuar sobre os problemas identificados, a fim de solucioná-los.

5. Acompanhar e suportar

Esta etapa teve por objetivos prover conhecimento aos envolvidos acerca da solução prática de problemas, despertar o espírito do “agir proativamente”, estimular o senso crítico, acompanhar as ações e corrigir desvios e, principalmente, manter vivo o ciclo virtuoso para a gestão e melhoria contínua.

Para isso, durante todo o projeto, os times foram acompanhados, incentivados e auditados pelos consultores do time Nortegubisian. A divulgação dos resultados à medida que eram alcançados foram responsáveis pelo crescente engajamento dos colaboradores à cultura Lean.

Resultados

Ao longo do trabalho foi fornecido o suporte para a continuidade da execução das atividades implementadas, treinamentos de Solução Prática de Problemas (SPP) e 5S, além de acompanhamento na execução dos planos de ação elaborados.

Em relação ao percentual de ferramentas Lean empregadas durante o período de quatro meses de projeto, obteve-se implementação de cerca de 60% delas, conforme apresentado na Figura 5.

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Figura 5 – “Casa do Lean” com as respectivas ferramentas empregadas.

A produção de semieixos também apresentou resultado significativo, pois obteve-se durante o período de execução do projeto, a maior produção mensal dos últimos 6 anos, correspondente a 3.465 peças. Este resultado foi atingido graças à união de esforços entre Nortegubisian e cliente perante a implementação e desenvolvimento da cultura Lean em seu cotidiano.

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